segunda-feira, 29 de junho de 2009

Economia Brasileira - uma comparação

A tabela fala por si.....

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Racismo, preconceito e o apartheid

No ano de 2005 adquiri no sebo de dois grandes amigos um livro indicado por eles sobre o infame regime do Apartheid. Ao vender-me o livro eles alertaram-me quanto a existência de anotações do antigo dono ao longo da obra. O Livro é bom, mas o fato que me mais impressionou foram os comentários feitos pelo antigo dono, que revelou-se um resoluto racista pelo teor de suas anotações. Mostrei o texto ao amigo Diego Moreira, que assina comigo esse texto, e fui estimulado por ele a escrever sobre essa questão. Convoquei-lhe às canetas e o resultado é o texto que publicamos agora.


O apartheid: poder e falsificação histórica, é o título do livro escrito pela francesa Marianne Cornevin e editado pela Unesco em 1979. O Livro conta o absurdo do apartheid, seu funcionamento e suas origens. Ao longo do texto a autora faz pesadas e fundamentadas criticas ao regime do que imperou na África do Sul até 1990. A obra reflete as criticas mundiais e o início do movimento internacional que levou ao fim deste regime execrável. O antigo proprietário do livro comprado no sebo tinha um hábito, comum a muitas pessoas, de comentar as idéias expostas no texto original, criticar e argumentar com o autor em anotações no final das páginas. O verme (vamos nos referir ao individuo sempre por este adjetivo) era, definitivamente, um imbecil, um preconceituoso e um defensor ardoroso da segregação racial. Certamente, uma mentalidade obtusa, encantada pelos pressupostos de teorias pseudo-científicas como o determinismo geográfico e o darwinismo social. Para provar isso vamos reproduzir alguns trechos do livro e os respectivos comentários feitos por ele.

O primeiro comentário, feito logo na capa do livro, é o seguinte: Esta é uma obra absurda pelo contra-senso de seus argumentos pretendendo condenar os atos de um povo que conquistou seus direitos com o prórpio sangue. Esta autora deve ser uma fanática comunista, ou uma liberal vendida aos interesses do comunismo internacional, que no momento luta para conquistar as riquezas do sul da África, usando a bandeira dos direitos humanos da negritude. Felizmente não passa de um sonho, um sonho tolo.

Na contra-capa o verme faz o seguinte comentário: Sistema muito usado na leitura periódica da Enciclopédia Soviética - reescrever a história de acordo com os interesses do momento. Aliás já estão aplicando este sistema aqui no Brasil, na tentativa de reescrever nossa história, maculando a memória de nossos antepassados - tal como Domingo Jorge Velho - o vencedor da "republica" dos Palmares. Ali ele liquidou a negrada que tentava se arvorar em fundadores de uma republica negra. Que os brancos, orgulhosos de sua condição como tal, não se deixem engodar por tais idiotices. No primeiro capitulo o livro mostra, através de dados e informações arqueológicas, o óbvio: que os negros ocupavam o sul da África muito antes dos brancos europeus chegarem. Na página 79 o verme faz o seguinte comentário: Muito bem, admitamos que os negros tenham chegado primeiro. E dai? Os nosso índios também estavam aqui antes de nós, mas a terra foi ocupada pelos nossos antepassados brancos por direito de conquista. E quem vai contestar esse direito? O mesmo se aplica a África do Sul. O verme desqualifica a autora com um comentário que só não omitimos para que todos tenham noção de como, verdadeiramente, trata-se de um estúpido. A besta-fera diz o seguinte: - Essa autora como uma boa francesa, naturalmente, deve dormir com algum negro. As Mulheres francesas têm dado ao mundo inúmeros exemplos desta tendência a deitar com negros, faz parte da sua mente devassa.

Na página 140, no último paragráfo a autora diz, com absoluta razão e quase profeticamente, o seguinte: Os ventos da história mudaram desde Soweto. Os brancos deixaram de ser os senhores absolutos da história da áfrica do Sul. Embora o poder governamental pareça assegurado por muitos anos, o negros já ergueram a cabeça. Afastaram o sentimento de inferioridade que constituia sua fraqueza. A pressão internacional apenas acelerá a sua emancipação inevitável. Então o verme escreve o seu último comentário: Será mesmo? Isto é o que desejam, mas não o que será. E, então, ficará provado inexoravelmente a superioridade dos brancos sobre os negros. Não é número que conta, mas o valor, como sempre aconteceu os brancos sempre serão os vencedores. Esta autora é uma sonhadora (...) Os negros ergueram a cabeça? Pois é, ergueram para que seja mais fácil decepá-la. Os negros jamais conseguirão dominar a África do Sul. Os brancos da Rodésia eram somente 250 000 e davam surras memoráveis nos negros, que eram 6 milhoes. De uma vez, apenas 72 brancos atacaram 5000 negros e mataram 1200, tendo somente do seu lado 5 feridos. Agora, imaginemos 5 milhoes de brancos, dispostos a tudo, contra 17 milhões de negros. Será ou não será uma sopa?

Para nossa felicidade, a história nos mostrou que o verme estava errado!!!!

Ao ler esses comentários, quisemos não acreditar no absurdo das suas idéias. Mas o que nos assustou, o que nos arrepiou, foi saber que o antigo dono (o verme), era um juiz aposentado, morador do bairro da Tijuca, no Rio de janeiro, sujeito de classe média alta. Por ocasião do seu falecimento a família vendeu para diversos sebos a sua biblioteca, e foi assim que o livro chegou até nossas mãos. É inevitável refletirmos sobre qual teria sido o destino de negros que tenham tido o azar de serem julgados em qualquer tribunal do país por este crápula. Publicamos este comentário afim de mostrar como o preconceito e a intolerância ainda existem. Para que não restem dúvidas e para provar que essa história absurda não é uma inveção de nossas férteis mentes, colocamos as imagens das anotações feitas pelo verme. Veja, você, leitor, com os próprios olhos, as imagens que estão no final do nosso texto. Pensando bem, cremos que os vermes cumprem com dignidade as suas funções no processo de degeneração da matéria orgânica. Este racista obtuso, que certamente julgou muitos homens pela cor da pele, não é merece a alcunha que lhe demos. Seria-lhe mais adequado o título de sub-verme.

Algumas imagens do Livro - com os comentários do verme ( só para que não restem dúvidas quanto a veracidade do nosso relato)



Se alguém desejar ver o livro é só avisar

Claudio Falcão e Diego Moreira

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Mudanças no centro do Rio


RIO - Depois de 65 anos, a Avenida Presidente Vargas volta a ter sinal verde para investimentos. Inaugurada em 7 de setembro de 1944 para comportar a expansão da então capital federal, de acordo com o professor de Geografia Cultural da Uerj João Batista Ferreira de Melo, a via finalmente se consolida como um eixo de crescimento da cidade. E isso ocorre sobretudo no trecho que era mais abandonado, entre a Central do Brasil e a prefeitura. Além da nova estação de metrô, que deve ser inaugurada em março de 2010, o local ganhou novos prédios, universidades e um moderno centro de convenções.


Caso sejam concretizados os investimentos anunciados para a Avenida Francisco Bicalho, que poderá receber uma estação do trem-bala Rio-São Paulo, e a revitalização do Maracanã para a Copa de 2014, com obras de urbanização que uniriam o complexo esportivo à Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, a cidade dará um importante passo na direção da Radial Oeste. De acordo com especialistas, isso valorizará uma região que já conta com boa infraestrutura urbana.


- O crescimento rumo à Radial Oeste dinamiza a Cidade Nova e é bom para reforçar a centralidade da região. Isso é positivo e pode gerar novos investimentos em recuperação da área, cuja ocupação deve continuar sendo perseguida. É importante aproveitar a Copa do Mundo e transformar os trens em metrô - diz o arquiteto, professor da UFRJ e ex-secretário municipal de Habitação, Sérgio Magalhães.

O presidente do Instituto Pereira Passos, Felipe Goes, é ainda mais otimista. De acordo com ele, esse é o início da revitalização não só deste eixo como também da Zona Portuária e de São Cristóvão.

- O trem-bala será absolutamente transformador para a região. Aquela área será o local de chegada do trem, o lugar da cidade mais próximo de São Paulo. A Copa também será marcante para a revitalização de São Cristóvão - prevê.

Já o professor e pesquisador do Observatório Urbano da Uerj Cezar Teixeira Honorato lembra que o transporte continua sendo um desafio para o desenvolvimento da região: - O lado positivo da ocupação da Presidente Vargas é o aproveitamento de uma área que já conta com água, luz, telefone, transporte. O ruim da história é o trânsito, que só vai piorar e pode dar um nó, com consequências em Niterói, na Zona Sul e na Zona Norte.

A revitalização da região conta com o apoio da iniciativa privada. A construtora Racional foi responsável pelas obras do centro de convenções e pelo edifício que será ocupado pela SulAmérica. Neste momento, está erguendo a Torre Sul, ao lado do Centro de Convenções SulAmérica, com nove pavimentos e um total de 9.056 metros quadrados de área locável para escritórios. A obra gerou cerca de 500 empregos. O investimento total, incluindo a restauração do solar, a construção do centro de convenções e das duas torres, é de R$ 200 milhões.

- Achamos estratégico ter fácil acesso para as zonas Norte e Sul e o Centro. A SulAmérica acredita muito no Rio e gostamos da ideia de inovar e ajudar a desbravar. Já começamos a mudança para a nova sede, que representa mais 2.500 pessoas circulando na região. Estamos esperançosos na revitalização daquele espaço - afirma Maria Helena Monteiro, vice-presidente de Recursos Humanos e Administração da SulAmérica.

Um Mito Iorubá

O Professor e Babalawo Adilson de Oxalá publicou, em 2005, pela Palas um livro com mitos africanos, mas especificamente mitos Iorubás sobre Exu. No intuito de estimular a leitura deste livro vou reproduzir um dos mitos publicados pelo autor. Esta também é uma singela forma de agradecer a maravilhosa entrevista que ele concedeu a mim e ao meu irmão Rogério Athayde.


O Sapo e o Hipopótamo

Houve uma época em que o hipopótamo era o rei de um grande lago existente nas margens de um rio, mas sofria grande oposição por parte de sapo.

- Não é possível! - reclamava o batráquio. - Não vejo justiça no fato de o hipopótamo ser rei só porque é muito maior que todos os animais do lago. Nem o crocodilo pode competir com ele em tamanho e força, mas nem por isso é menos caapz de reinar!

Se fôssemos adotar um critério justo, haveriamos de coroar um novo rei, não pela avaliação do seu tamanho, mas sim por sua inteligência e versatilidade e, com toda a certeza, uma vez utilizados estes critérios seria eu o coroado!

A política estabelecida pelo sapo encontrava ressonância em alguns segmentos da comunidade e, desta forma, a ordem começou a ser ameaçada.

Diante do impasse criado, os bichos resolveram, em assembléia, nomear um árbitro absolutamente neutro, para decidir quem seria o rei. e o escolhido para a delicada missão não foi outro senão Exu.

No dia da decisão, apresentaram-se os candidatos dianted e Exu e cada um expôs os motivos pelos quais se achava amis bem habilitado para o cargo e, por questão de hierarquia, o primeiroa discursar foi o hipopótamo.

- Acho que sou o mais indicado para o cargo, porque sou pacífico, mas, se for necessário, poderei manter a ordem, fazendo valer a minha força e o meu tamanho. Não acredito que exista aqui qualquer um que possa desafiar-me para uma luta corporal! Sempre mantive a paz no lago e, até hoje, não precisei apelar para a violência e, por este motivo, devo continuar a reinar sobre os meus vizinhos.

Chegara a vez do sapo discursar e, pomposamente trepado sobre um grande crocodilo que apoiava sua candidatura, deu início à sua fala:

- Senhoras e senhores, moradores do lago! Digníssimo Elegbara Senhor Exu Elegbara, mui digno árbitro desta pendência!

Exu, sentado num velho tronco caído numa das margens, olhava divertido a verborréia do bufão.

- De há muito... continuou o sapo - ... venho tentando mostrar a todos o quanto de inútil tem sido o hipopótamo como rei de nosso lago! O que tem feito em benefício de nossa comunidade? O que tem feito, ao menos, em seu próprio benefício? nada! Absolutamente nada!

Tudo que esta montanha decarne sabe fazer é cochilar, submerso, e, vez por outra, bocejar, escancarando a enorme bocarra, o que, sem dúvida, não só assusta, como representa um garnde risco para os pequenos animais. A situação é grave e exige uma mudança imediata!

Precisamos de alguém que reine com inteligêcia e sabedoria! E esre alguém sou eu, o sapo! Não pensem senhores que não sou capaz de manter a paz, se necessário for, usando força! quero revelar a todos, neste momento, um segredo que guardo há muito e muito tempo, por pura humildade. se quiser, e quando quiser, posso aumenatr de tamanho, ficando até maior e amis forte que o meu opositor! Se não o faço é para não humilhar os outros animais, nem ocupar um espaço exagerado como faz o hipopótamo!

Exu, que a tudo ouvia com atenção, diante da deslavada mentira do político, resolveu intervir:

- Neste caso, amigo sapo, deverás ser coroado rei. Já provaste, através do belíssimo discurso com que nos agraciaste, ser mais inteligente que o hipopótamo. Resta agora provar que, como tu mesmo disseste, és capaz de ficar maior que teu opositor. Vamos, brinda-nos também com uma demonstração! Tenho certeza de que és capaz de fazê-lo!

Embriagado de vaidade o sapo inspirou todo o ar que pôde e, inflando, aumentou consideravelmente de tamanho.

- Que tal estou? - perguntou a exu.

- Bem maior -respondeu o árbitro - Mas muito longe do amanho do hipopótamo.

- Mais uma grande inspiração e, um pouco maior, o sapo voltou a solicitar uma nova avaliação:

- E agora, que tal estou?

- Maiorzinho, mais não o suficiente! respondeu Exu, que, com toda a ceteza, já havia elaborado um plano para desmoralizar o batráqui - Por que não puxas mais ar?

Num esforço sobrenatural o sapo inspirou mais uma grande quantidade de ar e, com sensação de que os olhos iriam saltar-lhe das órbitas, procurando reter, dentro de si, a enorme quantidade de ar, indagou:

- E agora?

- Quase! respondeu Exu - tenta de novo! mais um pouco de ar e serás o rei do lago.

Os animais que assistiam à patética cena não entendiam nada. Exu afirmava que o sapo estava quase do tamanho do hipopótamo, mas todos viam que nem sequer atingira a altura de seus joelhos!

E o sapo, num garnde e derradeiro esforço, puxou, paar dentro de si, toda a quantidade de ar que pôde! Pou!!!! Foi o que se ouviu em seguida. O sapo havia explodido como um balão e seus pedaços voaram em todas as direções! Estava terminada a disputa!

Chocados com o que viram, os animais aclamaram o hipopótamo seu legítimo rei e compreenderam que cada um nasce com seu próprio destino e deve conformar-se com suas limitações.

E é desta forma que Exu castiga aqueles que querem ser o que não podem. Força-os a inflar-se com o ar da vaidade, até que explodam e morram sem conseguir realizar seus delírios de grandeza.

( Uma vez conheci um grande sapo... que explodiu em sua arrogância. Por dentro era só ar, no fundo era só ar... já que vazio ( e pequeno em sua moral) ele sempre foi. Um Cubano uma vez me disse: - Quando a verdade chega a mentira se envergonha e se vai.)



Provérbio Africano (Iorubá)

"Nós que hoje estamos sobre a terra ...
caminhamos sobre os ombros dos nossos antepassados."

 
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