terça-feira, 28 de outubro de 2008

Direitos Humanos no Brasil - retrocesso



O Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo elaborou, recentemente, o Terceiro Relatório Nacional sobre os Direitos Humanos no Brasil. Segundo os dados contidos neste trabalho, referentes anos de 2005 e 2006, a questão dos direitos humanos sofreu um retrocesso, uma estagnação no Brasil.


O documento produzido pela USP mostra, que em todos os estados da federação, tivemos graves violações dos direitos humanos. É fácil perceber que os sitemas estaduais e federais de segurança, justiça e admisnistração penitenciária não estão preparados, nem organizados, para investigar, processar e julgar casos de violações de direitos humanos, ou aplicar sanções criminais e cíveis aos responsáveis por estas violações. Sendo assim, a ação do Estado, em todas as esferas e instâncias, não somente é o responsável pela impunidade como também é conivente ou participante das violações. Sem Direitos Humanos não temos cidadania, sem cidadania não há democracia.


Seguem alguns dados do relatório:


  • o trabalho infantil cresceu no país ( 2004 para 2005), apesar do PETI e do Bolsa-Escola;

  • o trabalho escravo persiste em todas as regiões, com exceção da região sul;

  • de 2002 para 2005, os conflitos pela posse da terra se intensificou, e o número de pessoas mortas aumentou.

  • nas áreas urbanas, a violência fatal continua a atingir de forma intensa e desproporcional os jovens de sexo masculino, entretanto, o número de homicídios na região Sudeste caiu.

  • O Rio de Janeiro apresenta o maior índice de homicídios por 100 mil habitantes, 49,1/100mil, só perdendo para Pernambuco com uma taxa 50,7;

  • A violência policial se mantem no país, com destaque para o Rio de Janeiro e São Paulo.

3 comentários:

Diego Moreira disse...

A fome é, ao meu ver, uma das maiores violações aos direitos humanos. O mestre Josué de Castro dizia que o mundo é dividido em dois grupos: dois terços que não dormem porque sentem fome e um terço que não dorme com medo da revolta daqueles que não comem.

E a violência social, mais concentrada no Rio e em São Paulo - como diz no texto -, reflete a profunda desigualdade inerente ao sistema, entre outras formas, como um reação à esse imenso contraste social que as metrópoles exibem no seu espaço, dividido, segregado e, às vezes, territorializado pelo narcotráfico, que polariza parte dessas ações violentas.

Ciça disse...

Professor... não li tudo não... só vim aqui te adicionar! Mais tarde volto e leio! Sou aluna do ph-Tijuca!
Beijos

Leonardo disse...

Dizer que tudo isso é um absurdo é pouco, na minha opinião.
Difícil de acreditar que mesmo após várias conquistas o homem chega ao século 21 mantendo os mesmos problemas. Problemas estes que já se tornaram crônicos.
Reclamar apenas não resolve muita coisa, ou melhor: Não resolve nada.
É como foi dito em sala de aula: A população não se movimenta porque nada disso chegou a sua casa. Você não vê esse tipo de coisa explicitamente em Copacabana e por conta disso as pessoas pouco se importam.
Há momentos em que ter orgulho de ser brasileiro é comum, mas há momentos, e estes, infelizmente, são mais comum, em que ser brasileiro me causa repulsa. Não apenas pelo país e por toda a sujeira que há nele. Mas pela população que é ainda mais imunda e não se importa com o que realmente deveria.

 
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