sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Aos meus ancestrais - aos meus mortos

RESPIRAR
Birago Diop


"Ouçamos mais ao que nos cerca,do que àquilo que dizemos. A voz da água que canta, a chama que chora e o vento que move o suspirar das matas, são o respirar de nossos antepassados.


Aqueles que se foram, jamais nos deixaram.Vivem na sombra que oculta, na sombra que se esvai com o dia. Os mortos não estão sob a terra. Estão no balanço das árvores, na madeira que chora. Estão na corrente do rio e na água plácida que não se move. Estão na multidão e na fazenda. Os mortos nunca morreram.


Ouçamos mais ao que nos cerca, do que àquilo que dizemos. A voz da água que canta, a chama que chora e o vento que move o suspirar das matas, são o respirar de nossos antepassados, que nunca se foram, que não estão sob a terra,que nunca morreram.Aqueles que se foram, jamais nos deixaram. Estão no seio da esposa, no choro do bebêe na brasa que crepita cheia de vida.Os mortos não estão sob a terra. Estão no fogo que queima baixo, na grama, repleta de lágrimas, e na rocha onde sopra o vento. Estão na mata e no lar. Os mortos nunca morreram.


Ouçamos mais ao que nos cerca,do que àquilo que dizemos. A voz da água que canta, a chama que chora e o vento que move o suspirar das matas, são o respirar de nossos antepassados.

Por isso, repita a cada dia o juramento que diz que nosso destino está atado à lei, e o destino dos mortos que não morreram ao respirante espírito que lhes é mais forte, Estamos presos à vida por esta dura lei e por este juramento estamos atados aos feitos do respirar que hoje cessa, tanto na cama como no leito do rio. Aos feitos do respirar que oscila, à rocha que geme e à grama que chora

Aos feitos da respiração que cessa, à sombra que ilumina e aprofunda à árvore que treme e na madeira que chora à água que corre e à água plácida, Aos respirantes espíritos que nos são mais fortes e que levaram a respiração dos mortos imortais, os mortos que nunca nos deixaram e que não estão sob a terra.Ouçamos mais ao que nos cerca, do que àquilo que dizemos. A voz da água que canta, a chama que chora e o vento que move o suspirar das matas, são o respirar de nossos antepassados.Nossos mortos nunca morreram."


Birago Diop - poeta senegalês.


Entre o povo Iorubá exite um provérbio que diz mais ou menos o seguinte: " nós que hoje aqui estamos de pé, estamos sobre os ombros dos nossos antepassados."



Os meus respeitos a todos os meus ancestres.

Um mundo americano - bastante republicano




Visitando o Blog de uma querida aluna, Lívia, me deparei com esse mapa. Curioso.
Lívia .... muito obrigado

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Para o meu irmão





Meu querido irmão, Luis Ifabiyi Simas, montou um novo blog sobre a religião de orixa. Aos interessados segue o endereço: Ifabiyi.blogspot.com. Como tudo que o careca faz, só temos textos da mais alta qualidade. Que com a benção de ifá e bogbo orixá, ele continue a escrever.
Ifa beo

sábado, 16 de agosto de 2008

REAPROVEITAMENTO DE ÓLEO VEGETAL

Este texto foi copiado do blog do meu parceiro Diego Moreira. Quando fui passear pelo subúrbio deste gentil amigo, me deparei com esse texto. Há muito havia prometido aos meu alunos informações sobre o assunto.

Valeu Moreira!!!


Todo mundo já se perguntou o que fazer com aquela sobra de óleo de cozinha usado para frituras em casa. Reaproveitar para novas frituras não é a solução mais saudável, especialmente para quem tem problemas com colesterol ou para quem não quer tê-los. Por isso a melhor alternativa pode estar na reciclagem. Difícil? Nem um pouco.Você pode armazenar a sobra de óleo vegetal em recipientes e ele é recolhido por coperativas especializadas neste trabalho. A iniciativa é louvável pois além de contribuir para a redução do despejo do óleo nos rios, lagoas e mares, tem a contrapartida social de geração de empregos para uma população de baixa renda.O velho ditado que diz que a união faz a força é mais do que válido nesse caso. Isso porque para que as cooperativas busquem o óleo é preciso que haja uma certa quantidade reunida. Por isso o Programa de Reaproveitamento de Óleo Vegetal (PROVE), desenvolvido aqui no Rio de Janeiro, já iniciou o processo de certificação de restaurantes, escolas e condomínios.Quem mora em prédio ou casa de vila tem, portanto, uma oportunidade de participar desse projeto. Basta ligar para o Disque-Prove (21-2598-9240) e obter as informações sobre como participar. Porque solidariedade com o meio ambiente é fundamental. Abraços!
Por Diego Moreira

terça-feira, 5 de agosto de 2008

SALGUEIRO

É com muito orgulho que coloco neste pequeno e pouco visto blog, o samba dos meus irmãos de corimba. Dia 16 de Agosto, dia em que comemoro meu aniversário estarei na quadra, cantando com orgulho o samba destes dois gênios.

GRES Acadêmicos do Salgueiro - Carnaval 2009
TAMBOR
Presidente: Regina Duran
Carnavalesco: Renato Lage

Autores: Edgar Filho, Simas, Beto Mussa,
Gari Sorriso, Bené do Salgueiro
Intérprete: Rhichahs
Canto uma herança
da humanidade primordial
de árvores tombadas um tom grave
deu a cadência original
a idéia de um gênio anônimo
meu ancestral
caçador que na mata uma fera enfrentou
quando sua vitória quis anunciar
pôs o couro esticado, bateu, repicou
ôô ôô, ôô ôô
Festa na aldeia
lua cheia, um clarão
tem batuque a noite inteira
é magia, adoração
De ocidente a oriente
em diferentes formas se multiplicou
Qual é o povo
que não bate o seu tambor
Quem cruzou o mar
encontrou um som guerreiro
e desde então o baticum não quer parar
zambê, zabumba, ilu-abá
angoma, tumba, candongueiro
batá-cotô no meu terreiro
põe na roda o tambozeiro
o Brasil nasceu de mim
inclusão, cidadania
furiosa bateria
coração que bate assim
Menina, quem foi teu mestre?
um batuqueiro
que arrastava
o povo do Salgueiro

 
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