quinta-feira, 18 de junho de 2009

Mudanças no centro do Rio


RIO - Depois de 65 anos, a Avenida Presidente Vargas volta a ter sinal verde para investimentos. Inaugurada em 7 de setembro de 1944 para comportar a expansão da então capital federal, de acordo com o professor de Geografia Cultural da Uerj João Batista Ferreira de Melo, a via finalmente se consolida como um eixo de crescimento da cidade. E isso ocorre sobretudo no trecho que era mais abandonado, entre a Central do Brasil e a prefeitura. Além da nova estação de metrô, que deve ser inaugurada em março de 2010, o local ganhou novos prédios, universidades e um moderno centro de convenções.


Caso sejam concretizados os investimentos anunciados para a Avenida Francisco Bicalho, que poderá receber uma estação do trem-bala Rio-São Paulo, e a revitalização do Maracanã para a Copa de 2014, com obras de urbanização que uniriam o complexo esportivo à Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, a cidade dará um importante passo na direção da Radial Oeste. De acordo com especialistas, isso valorizará uma região que já conta com boa infraestrutura urbana.


- O crescimento rumo à Radial Oeste dinamiza a Cidade Nova e é bom para reforçar a centralidade da região. Isso é positivo e pode gerar novos investimentos em recuperação da área, cuja ocupação deve continuar sendo perseguida. É importante aproveitar a Copa do Mundo e transformar os trens em metrô - diz o arquiteto, professor da UFRJ e ex-secretário municipal de Habitação, Sérgio Magalhães.

O presidente do Instituto Pereira Passos, Felipe Goes, é ainda mais otimista. De acordo com ele, esse é o início da revitalização não só deste eixo como também da Zona Portuária e de São Cristóvão.

- O trem-bala será absolutamente transformador para a região. Aquela área será o local de chegada do trem, o lugar da cidade mais próximo de São Paulo. A Copa também será marcante para a revitalização de São Cristóvão - prevê.

Já o professor e pesquisador do Observatório Urbano da Uerj Cezar Teixeira Honorato lembra que o transporte continua sendo um desafio para o desenvolvimento da região: - O lado positivo da ocupação da Presidente Vargas é o aproveitamento de uma área que já conta com água, luz, telefone, transporte. O ruim da história é o trânsito, que só vai piorar e pode dar um nó, com consequências em Niterói, na Zona Sul e na Zona Norte.

A revitalização da região conta com o apoio da iniciativa privada. A construtora Racional foi responsável pelas obras do centro de convenções e pelo edifício que será ocupado pela SulAmérica. Neste momento, está erguendo a Torre Sul, ao lado do Centro de Convenções SulAmérica, com nove pavimentos e um total de 9.056 metros quadrados de área locável para escritórios. A obra gerou cerca de 500 empregos. O investimento total, incluindo a restauração do solar, a construção do centro de convenções e das duas torres, é de R$ 200 milhões.

- Achamos estratégico ter fácil acesso para as zonas Norte e Sul e o Centro. A SulAmérica acredita muito no Rio e gostamos da ideia de inovar e ajudar a desbravar. Já começamos a mudança para a nova sede, que representa mais 2.500 pessoas circulando na região. Estamos esperançosos na revitalização daquele espaço - afirma Maria Helena Monteiro, vice-presidente de Recursos Humanos e Administração da SulAmérica.

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