Mudanças na sociedade do trabalho
O mundo assistiu na década de 80 diversas transformações, caracterizadas como uma nova revolução industrial, que vem a sobrepor antigas estruturas que sustentavam o capitalismo, ocasionando o fim de antigas práticas, remodelando algumas, ressuscitando outras.
O capitalismo do pós-guerra sustentava-se sobre o pensamento hegemônico da lógica Keynesiana-Fordista, onde se tinha um modelo que combinava o consumo e a produção em massa, estruturando uma sociedade que fundamentava seus valores através dos objetos conquistados, ou melhor, adquiridos e consumidos. De acordo com este modelo a satisfação individual concretizava-se ( e ainda se concretiza) pela aquisição de produtos.
Entretanto, o modelo Keynesiano-Fordista começou sua crise a partir da 2a metade da década de 60, enquanto os ganhos da produção começavam a baixar, e o ganhos em salário real mantinham-se, e o investimento em capital fixo que devia ser imobilizado aumentava cada vez mais em relação ao número de assalariados. Soma-se a esses fatores a microeletrônica, a globalização do capitalismo e mais recentemente o fim do socialismo real.
Um novo modelo surge para superar a crise e substituir o Fordismo, o Pós-Fordismo que tem como base o discurso político-ideológico Neoliberal, que marcou fortemente a década de 80, quando assistiu-se a um fortalecimento político da direita. Sob o ponto de vista econômico optou pela adoção de planos ortodoxos, que exercem pressão negativa sobre os salários, o arroxo salarial. Iniciou-se um período de Modernização Conservadora3, onde tivemos avanços tecnológicos e organizacionais, porém, com retrocessos sociais, implícitos ao discurso Neoliberal ( Pós-Fordista ) implementado em diversos países na década de 80, como os EUA (governo Ronald Regan) e a Inglaterra (governo Thatcher) é o seguinte:
“ Há uma ‘revolução tecnológica’
Cabe lembrar que no sistema capitalista de produção, a quantidade de mão-de-obra absorvida pelo mercado de trabalho, ou melhor, o número de indivíduos empregados está relacionado com a demanda de mão-de-obra que é necessária à produção de bens e serviços, que além do seu valor de uso, possuem um determinado valor de troca, sendo essas mercadorias vendidas para o mercado e não para o autoconsumo; sendo assim, é fácil entender porque as modificações no processo produtivo (na demanda de mão-de-obra) vão repercutir sobre o mercado de trabalho e sobre o emprego.
[1] Deve ser entendido como qualquer atividade humana, que demanda força de trabalho; que demanda queima de calorias;que demanda esforço físico ou intelectual, podendo ser ou não remunerado.
[2] Cargo, função, ocupação em um serviço particular, no qual se tem um trabalho específico e remunerado.
3 TAVARES, M. C. ( 1993), “ ( Des) Ajuste Global e Modernização Conservadora”,Ed.Paz e Terra, Rio de Janeiro, “Modernização Conservadora foi o termo adotado por Barrington Moore para designar o modelo autoritário de desenvolvimento do capitalismo retardatário do século XIX que inclui experiências bem-sucedidas na Alemanha e no Japão. Neste final do século XX, esses foram também os dois países que obtiveram os resultados mais eficientes na gestão de suas empresas, na difusão de padrões de consumo e na educação
Nenhum comentário:
Postar um comentário